It always seems those castles and dreams…

Uma casinha perto de um riacho, distante dois quilômetros da cidade, longe de qualquer vizinho. Um clima ameno, uma boa companheira. Uma rede estirada na varanda. Um cd de paralamas tocando, baixinho. Talvez Hebert esteja cantando “Inbetween days” do Robert Smith, sei lá. Uma cerveja gostosa, bem gelada, de qualidade, em um único copo para duas pessoas. Aquele risinho descontraído e imotivado, típico de bêbados.

Um beijo. Inicialmente, leve, mal tocando a pele. Com o tempo, o próprio beijo parece perder a vergonha e se torna mais e mais forte, mais intenso, mais sôfrego.

Uma pausa. Um recuo dos amantes, um olhar de dúvida, de descrença em tudo que ora acontece, é trocado. Lembranças do quanto batalharam, do quanto sofreram pra concretizar este sonho vem à mente dele. Lágrimas por tudo que teve que abandonar escorrem-lhe pela face. Ela, em silêncio, compreende e o abraça. O choro aumenta, provocando soluços. Como uma criança, uma simples e inocente criança, ele se encolhe, a cabeça entre os joelhos e assim fica. Ela lhe dá o tempo necessário pra se recuperar, mas sempre perto, tal qual sua própria mãe nunca fez, sempre atenta, pronta pra escutar, consolar, o que for preciso.

Então, a paz lhe retorna. Nada ele diz, pois tudo ela sabe. Ambos retornam a se beijar, a se amar. Para limpar o corpo das lágrimas derramadas, ambos partem para o banheiro, para tomar banho juntos. Para se amarem. Para serem felizes.

…fade in the mornig light

— João Octávio
querendo agradecer ao primeiro ser
que teve a idéia de tomar banho com a namorada.