Desilusões

Onde está ela?
Sinto-me doente.
Quem se importa?
Meus amigos, por onde andam?
Acho que não tenho nenhum.

Onde está ela?
A solidão me acompanha.
A morte estende-me a mão.
Sou fraco e pequeno, não a alcanço.

Onde está ela?
A amargura me sorri e diz:
“Já foi embora”.

Onde está ela?
O desespero apossa-se de meu leito.
Em breve a febre fará as perguntas perderem o sentido.

Onde está ela?
Alguém me sorri:
“Anime-se! Não pode chover o tempo todo!”
Deus, esse é você?

Onde está ela?
Enquanto a febre,
Paixão e doença me consomem,
Ouço uma voz:
“Tolo! Você sofre enquanto ela se diverte com outros!”
Não me surpreendo ao ver que é a razão que agora me fala.

Agora sei onde ela está.
Mas não sei se gostei da descoberta.

Deus, talvez você esteja certo.
Pode não chover o tempo todo,
Mas os estragos causados pela tempestade são enormes.

— João Octávio Anderson Trindade Boaventura —